Com uma amostra de 1.244 entrevistados, o projeto de extensão da FURB (FOCUS), levantou informações sobre as percepções dos blumenauenses em relação aos períodos de quarentena do novo Covid- 19.     Além de buscar compreender de que forma as pessoas estão praticando o isolamento social e o que pensam a respeito do mesmo, a pesquisa teve como objetivo, analisar o efeito do isolamento na comunidade. Os dados foram coletados entre os dias 13 e 15 de Abril de 2020 via WhatsApp.     O perfil dos respondentes à pesquisa abrange pessoas, em sua maioria, de 18 a 56 anos com um nível de renda que varia entre dois a cinco salários mínimos.

Opinião sobre o contágio do vírus

    Tratando-se de contágio e infecção, apenas 13,5% dos correspondentes relataram não ter medo de contrair o coronavírus. Dividindo os 86,5% restantes entre aqueles que têm muito medo (34,6%) e um pouco de medo (51,9%) de ser infectado.     Por conta da crise, 702 pessoas (56,4%) alegaram sair de casa apenas quando é inevitável, 45,7% em média, relataram que a chance de ser infectado ou infectar alguém é pequena e apenas 19,5% em média acreditam que esta chance de infecção é grande.

Mudança de rotina dos Blumenauenses


Imagem: Yasmina H.

    A pesquisa apresentou que jovens entre 18 e 25 anos se mantiveram mais isolados do que adultos entre 26 e 55 anos, constatando que apenas 0,5% destes jovens não sofreram mudança de rotina. Já os respondentes acima de 56 anos foram os que menos tiveram mudanças na rotina (em relação às demais faixas de idade) e foram os que mais se mantiveram totalmente isolados (12,6%), sem sair de casa.     Levando em consideração os trabalhos remotos e presenciais, 46,6% dos entrevistados alegaram trabalhar na área da saúde ou outros serviços essenciais e, portanto, não fizeram isolamento social. Cerca de 63,1% dos respondentes fizeram isolamento social, dos quais 49,5% continuaram realizando suas atividades remotamente (empregados e autônomos), 9,9% não estão trabalhando mas continuam empregados, 16,1% não possuía atividade remunerada antes do Covid-19 e continuam sem, 6,4% não tinham atividade remunerada antes da crise mas estavam procurando meios de trabalhar em casa e 8,2% perdeu sua atividade remunerada devido a crise do Covid-19.

Influência salarial em relação às percepções do coronavírus


    Ao verificar o cruzamento das respostas, notou-se que a renda mensal familiar influenciou inversamente na percepção quanto a preocupação dos brasileiros com o coronavírus, onde 21,7% das pessoas que, somando a renda de todas as pessoas da casa, recebiam mensalmente mais de 10 salários mínimos, acreditavam que os brasileiros estão mais preocupados com o coronavírus do que deveriam. Enquanto aqueles que recebiam até 2 salários mínimos, apenas 11,5% tiveram a mesma opinião citada acima.     Em uma escala de 1 a 5 entre "Concordo Totalmente" e "Discordo Totalmente", foi possível analisar que as pessoas com soma de renda salarial de mais de 10 salários mínimos foram as que mais(43,9%) conseguiram se adaptar ao trabalho/estudo remoto, tal parâmetro se encontra diretamente relacionado a soma da renda salarial, pois nessa escala, 33,7% dos respondentes que recebiam de 5 a 10 salários mínimos, 28,3% de 2 a 5 salários mínimos e 20,9% das pessoas que recebiam até 2 salários mínimos conseguiram se adaptar ao trabalho/estudo remoto.     Com base nas respostas em relação ao salário, aqueles que recebiam até 2 salários mínimos, são os que mais (21,8%) usaram o tempo em isolamento para aprender coisas novas.     CONFIRA A PESQUISA COMPLETA AQUI.